Caso Anic: polícia faz reprodução simulada da morte de advogada com versão de asssassino confesso
23/10/2024
As informações da diligência desta quarta serão confrontadas com as provas técnicas colhidas pela investigação da 105ª DP (Petrópolis). O objetivo é entender o que de fato aconteceu com Anic Peixoto Herdy. Polícia faz reprodução simulada da morte de Anic Herdy
A Polícia Civil realizou a reprodução simulada dos últimos momentos da advogada Anic Peixoto Herdy nesta quarta-feira (23). O corpo dela foi achado em setembro em Teresópolis, na casa de Lourival Fadiga, que confessou ter matado a vítima.
A reprodução começou pouco depois das 9h e encerrou às 16h40.
A polícia realiza a reprodução simulada de acordo com a versão de Lourival. Posteriormente, o relatório será confrontado com as provas técnicas colhidas pela investigação da 105ª DP (Petrópolis), de acordo com a delegada Cristiana Onorato. O objetivo é entender o que de fato aconteceu com Anic.
Lourival chegou pouco antes das 9h para participar da diligência. Na primeira parte, ele ficou dentro de um carro semelhante ao que utilizava no dia que a vítima foi vista viva pela última vez, perto de um shopping em Petrópolis. Uma perita da Polícia Civil fez o papel de Anic.
Lourival Fatica no local da reprodução simulada
Carlos Miranda/g1
A segunda parte da reprodução aconteceu em um motel no distrito de Itaipava, em Petrópolis. Segundo Lourival, foi lá que ele teria matado a vítima. Ele chegou ao local por volta de 11h.
Uma reprodução simulada também acontece na casa de Lourival, em Teresópolis, onde o corpo de Anic foi encontrado.
A polícia chegou ao local pouco depois das 15h e tirou a terra da frente da garagem para tentar reproduzir a dinâmica do momento em que o corpo de Anic foi enterrado e concretado, segundo a versão de Lourival.
Um homem que teria ajudado Lourival a cavar o buraco também foi chamado para participar da reprodução. Uma boneca chegou a ser usada para simular o corpo de Anic.
Polícia faz reprodução simulada na casa de Lourival Fatiga, em Teresópolis
Marcus Wagner/Intertv
Perita da Polícia Civil fez o papel de Anic na reprodução simulada
Carlos Miranda/g1
Lourival Fadiga durante a reprodução simulada
Carlos Miranda/g1
A busca por Anic durou quase 7 meses. Inicialmente, acreditava-se que ela tinha sido sequestrada.
Na segunda-feira (21), a polícia fez novas buscas na casa de Lourival, com o objetivo de complementar a perícia realizada no dia 25 de setembro, quando o corpo foi encontrado. Agentes buscam outros elementos que possam comprovar a forma como o crime ocorreu.
A polícia tenta entender a profundidade exata do local onde Anic foi encontrada enterrada e concretada.
Lourival no motel em Itaipava onde confessou ter matado Anic.
Rayssa Motta/ TV Globo
O desaparecimento
A advogada Anic
Arquivo Pessoal
Anic foi vista pela última vez em 29 de fevereiro, parando o carro em um shopping na Rua Teresa, em Petrópolis, e andando a pé pelo polo comercial. Nenhuma câmera flagrou a advogada sendo rendida, mas o carro de Lourival foi visto na região e no mesmo horário.
Ainda no 29 de fevereiro, à noite, o marido de Anic, Benjamin Cordeiro Herdy, recebeu no celular uma mensagem enviada do número dela comunicando do sequestro. Mas, nessa hora, Anic provavelmente já estava morta.
Trabalho de escavação na casa de Lourival
Reprodução
A pessoa que escrevia a Benjamin exigiu um resgate de R$ 4,6 milhões e mandou que todas as tratativas até a soltura fossem conduzidas por Lourival. O homem era um faz-tudo dos Herdy e virou amante de Anic.
Para os investigadores, o “sequestrador” era Lourival o tempo todo, e no plano ele contou com a ajuda do casal de filhos e da amante, Rebecca.
Entre transferências, compras de bitcoins e saques em dólar, Benjamin pagou R$ 4,6 milhões aos “sequestradores”, na esperança de rever a esposa. A soltura seria no dia 11 de março, mas Anic não apareceria.
O esquema só foi descoberto graças à filha de Anic, Lara, que desconfiou da atitude de Benjamin diante de Lourival, e procurou a polícia em 14 de março.
A defesa de Lourival afirma que Benjamin foi o mandante do crime. Os advogados que representam Benjamin negam as acusações.
Polícia marca reprodução simulada do caso Anic com a participação do assassino confesso